O acusado trata-se de um homem negro, que não teve a sua defesa muitos argumentos, já que o réu não era rico, não era poderoso e era um negro.
O seu encarceramento, segundo a defesa, foi por motivos de racismo, e a sua condenação, ocorrida em 1991, quando o acusado tinha apenas 21 (vinte e um) anos de idade, foi pesada e lhe rendeu uma prisão por 28 (vinte e oito) anos.
O acusado não tinha antecedentes criminais e tinha trabalho certo, como motorista, mas, apesar da sua ficha pregressa ser limpa, a defesa entende que o ódio racial deu o norte para a condenação de Chester Hollman.
Atualmente, com 49 (quarenta e nove) anos, Chester Hollman conseguiu sua liberdade e segundo o juiz, que concedeu habeas corpus ao preso, disse que a polícia e os promotores "construíram o caso com base em testemunhas coagidas a mentir ou ocultar provas".
Depois de longos anos preso, agora o caso findou na decisão de indenizar o inocentado, com um acordo no importe de $ 10.000.000,00 (dez milhões de dólares), cerca de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).
Após ser identificada a inocência de Chester Hollman, às autoridades estão estão investigando várias alegações de má conduta recentes relacionadas à ações policiais do final dos anos 1980 e 1990.
É claro que este é um caso que foi esclarecido, muito embora tardiamente, já que Chester Hollman passou quase toda a sua vida atrás das grades, no entanto, quantos casos similares, ocorrem nos Estados Unidos e também no Brasil, onde se vê abertamente como a Polícia e o próprio Poder Judiciário trata de forma diversa o rico e o pobre, o branco e o negro, o poderoso dos pobres mortais.
É lamentável que o racismo exista ainda de forma tão arraigada no Brasil.
Registro aqui a minha indignação em relação a qualquer tipo de discriminação racial.
(Matéria escrita e publicada pelo advogado Sérgio Marcelino Nóbrega de Castro).